ARMAGEDOM – PARTE 1 – A HISTÓRIA

ARMAGEDOM

Apocalipse 16: 12-17

“Em seguida o sexto anjo derramou a sua taça no grande rio Eufrates. O rio ficou seco a fim de se abrir um caminho para os reis do Oriente. Então vi três espíritos imundos que pareciam rãs, que saiam da boca do dragão, da boca do monstro e da boca do falso profeta. Eles são os espíritos maus que fazem milagres. Esses três espíritos vão aos reis do mundo inteiro a fim de ajuntá-los para a batalha do Grande Dia de Deus, o Todo Poderoso.”

“Escutem! Eu venho como um ladrão. Feliz aquele que vigia e toma conta da sua roupa, a fim de não andar nu e não ficar envergonhado em público!”

Depois os espíritos ajuntaram os reis no lugar que em hebraico é chamado “Armagedom”.
E por último, o sétimo anjo derramou a sua taça no ar. Então uma voz forte veio do trono, no templo, dizendo:
– Está feito!

Houve relâmpagos, estrondos, trovões e um violento terremoto, tão violento como nunca houve igual desde a criação dos seres humanos. Foi o pior de todos! A grande cidade se quebrou em três partes, e as cidades de todos os países foram destruídas. Deus se lembrou da grande Babilônia e lhe deu o vinho da sua taça – o vinho do furor da sua ira. Todas as ilhas desapareceram e todos os montes sumiram. Chuvas de pedras caíram do céu sobre as pessoas. Eram grandes pedras. (Apocalipse 16: 12 -17)

ARMAGEDOM – HISTÓRIA

Por causa deste texto, a palavra Armagedom tem sido amplamente utilizada por muitos segmentos religiosos e seculares como um acontecimento que culminará com o fim do mundo, ou com o fim da terra e da humanidade.

O chamado Armagedom tem sido amplamente explorado também no cinema em vários filmes.

O texto que cita a palavra Armagedom tem sido explicado como uma ação divina que trará gigantescas catástrofes, culminando com o fim da humanidade e de toda a vida na terra.

Algumas religiões cristãs pregam que um grupo de pessoas será salvo e irá para os céus, e o restante de pessoas será destruído ou queimado por um fogo intenso que dizimará todos os seres viventes da face da terra.

O certo mesmo é que todas as pessoas têm medo quando a palavra Armagedom é mencionada. Temem pela sua própria vida e pela vida dos que amam.

Mas, em um ponto há unanimidade de pensamentos, todos creem que o Armagedom trará o fim de toda a vida na terra.


Este estudo abrangerá os vários aspectos da palavra Armagedom e o seu verdadeiro significado.

O primeiro ponto a ser analisado é a representação histórica e a importância do Har-Mageddom na época em que o apocalipse foi escrito pelo apóstolo João, porque o livro do Apocalipse foi escrito naquela época, há quase de dois mil anos atrás.

João já estava com mais de oitenta anos de idade quando escreveu o Apocalipse, mas sua aplicação era para dias futuros, ou melhor, com toda a clareza, para os dias de hoje.

O segundo ponto a ser examinado é a representação simbólica do Armagedom nos dias atuais.

E o terceiro ponto a ser observado é quais as consequências que serão acarretadas pelo Armagedom.

Armagedom no passado:

Armagedom vem da palavra Har–Megiddo.
Har – significa monte – e Megiddo o nome dado ao monte. Portanto, significa Monte Megido.

Alguns estudiosos dizem que não se refere especificamente ao monte, mas a toda a região de vales e cadeias montanhosas onde está situado o monte.

O nome atual deste lugar na Palestina é Tell Megiddo.

No passado, neste local, no cume deste monte, foi construída uma cidade-estado, que tinha uma grande representação para o povo de Israel. A cidade de Megido.

Representava o próprio domínio de Deus sobre Israel e tudo o mais abaixo e ao redor.

Desta cidade-estado no alto do monte, eram controladas todas as rotas comerciais e militares da região. A visão do alto de Megido é impressionante. Em determinados pontos mais altos, de forma circular, pode-se, praticamente, a olho nu, avistar-se a linha do horizonte em toda a sua volta. Vales, planícies e cadeias montanhosas.

Ela foi construída especificamente naquele local, porque no vale ao redor do monte Megido as guerras campais conflagradas contra o povo de Deus, e que eram lutadas naquela época corpo a corpo e homem a homem, poderiam ser facilmente vencidas, pois havia toda uma estrutura de sobrevivência preparada para os soldados de Israel naquele local.

Historiadores relatam que pela sua localização e posição estratégica, inúmeras nações guerrearam em volta do monte Megido: cananeus, amorreus, filisteus, midianitas, gentios, cruzados, egípcios, turcos, persas, drusos, árabes, assírios, babilônios, romanos, etc.

Dizem que em torno do monte Megido foram travadas mais guerras no decorrer da história humana do que em qualquer outro lugar da terra.

Portanto, muitas guerras decisivas foram travadas nos vales abaixo e ao redor do monte Megido. Ao todo são conhecidas 35 guerras travadas ali.

Mas, para o povo de Israel, aquela cidade-estado tinha uma representação muito maior: era uma cidade dedicada a Deus e que representava o domínio do próprio Deus sobre Israel.

O Monte e a cidade de Megido simbolizavam a soberania de Deus sobre o Seu povo e sobre tudo mais abaixo e em derredor até onde as vistas alcançavam, a linha do horizonte.

Doze dessas guerras são citadas por alguns historiadores modernos como guerras de ataque direto ao Deus de Israel e nas quais houve alguma intervenção divina.

Porém, dá-se certeza absoluta de onze guerras contra o povo de Israel que foram vencidas pelo próprio Deus.

A Bíblia cita várias dessas guerras e todas elas envolveram um ataque direto ao Deus de Israel.

O relato bíblico dessas guerras mostra que as nações que pelejavam contra Israel, faziam questão de escarnecer, desdenhar, aviltar, rebaixar e desafiar o Deus de Israel, fazendo assim um ataque direto, não apenas à fé do povo israelita, mas também ao próprio Deus.

Por isso, em muitas ocasiões, ocorreram várias intervenções divinas para que essas guerras fossem vencidas.

Deus usou forças físicas, químicas e biológicas em várias guerras em torno do Monte Megido para conduzir o Seu povo à vitória.

Por causa Dele mesmo, do Seu grandioso Nome, e por causa do pacto que Ele fez com Abraão, Isaque e Jacó de abençoar toda a humanidade por meio do Seu Descendente.

Serão citadas aqui algumas guerras relatadas nas Escrituras e que ocorreram na região da Palestina, em vales próximos ao Monte Megido, para se demonstrar algumas formas da ação divina em favor do Seu povo:

Deus vence guerra contra 05 reis no Armagedom (Vale do Megido)  em favor de Seu povo pactuado.

Depois da morte de Moisés, Josué atravessou o rio Jordão para tomar posse da terra prometida por Deus à Israel.

Após conquistar algumas cidades, uns homens se apresentaram a Josué.

Por meio de um ardil, para não morrerem e permanecerem no lugar, eles disseram que vinham de longe e conseguiram fazer um acordo de paz com Josué.

Eram homens da cidade de Gibeão, uma cidade próxima de Jerusalém.

Esse pacto foi juramentado em nome do Deus de Israel. Portanto, teria que ser cumprido pelo povo de Israel.

Quando os outros reis da região souberam desse acordo, se uniram e investiram contra Gibeão para exterminá-lo.

Eram cinco reis e, certamente iriam dizimar os gibeonitas.

Os gibeonitas, então, recorrem pedindo ajuda a Josué, confiantes no pacto que fora acordado em nome de Deus.

Em apoio à Gibeão, por causa da relação pactuada entre Israel e Gibeão, Josué foi de encontro aos cinco reis dos amorreus, e mais uma vez o Deus de Israel atua diretamente em favor do Seu povo escolhido e em respeito ao pacto sacramentado em Seu Nome.

Para que fossem vencidos os cinco reis dos amorreus, Deus fez chover pedras dos céus para aniquilá-los.

E um dos mais espetaculares relatos bíblicos deu-se naquele dia!

Jeová Deus mais uma vez usou as forças físicas da natureza, quando provavelmente parou a rotação da terra e assim dobrou as horas do dia, impedindo que a noite caísse para que os amorreus não pudessem fugir, dando o tempo suficiente para que Josué pudesse terminar e vencer a batalha contra estes cinco reis.

“Josué disse: “Sol detém-te sobre Gibeão, e tu, lua, pare sobre o vale de Aijalom.”
E Deus o ouviu, pois o próprio Deus lutava por Israel. (Josué 10:10-13).

Segundo as Escrituras, nunca tinha havido e nunca mais houve um dia como esse, em que Jeová Deus acolheu, respeitou e atendeu à voz de um homem, pois Josué sempre foi um corajoso servo fiel de Deus e lutava em nome Dele.

Deus resguarda o Seu Nome e o Seu povo no Armagedom (Vale de Megido)

Em uma ocasião posterior a esta, no vale de Megido, numa guerra que envolvia os cananeus contra Israel, o nome de Deus foi novamente aviltado e o próprio Deus foi diretamente provocado, desafiado e ofendido.

O rei cananeu chamava-se Jabim.

Sísera, comandante chefe do exército de Jabim, dominava cruelmente o povo de Israel, e o pior, aviltava a fé do povo e ofendia o Deus de Israel.

Nesta ocasião o povo de Israel já estava debaixo do jugo cananeu por mais de vinte anos.

A profetisa Débora julgava Israel naquele tempo debaixo de uma palmeira. Ela conhecia profundamente as Leis de Deus e orientava o povo nas decisões a serem tomadas baseadas nas Leis.

O juiz sobre Israel nesse período era Baraque.

Os cananeus zombavam todo o tempo do povo de Israel e de Deus.

E ela, a mando de Deus, chamou Baraque e disse a ele que reunisse dez mil homens de Israel e fosse para o monte Tabor, pois o chefe do exército cananeu, Sísera, seria atraído para o vale de Megido, onde Deus daria a vitória à Israel.

Baraque ficou amedrontado e pediu à Débora fosse com ele, e por isso, Deus disse a Baraque, por intermédio de Sua profetisa, que ele não receberia a honra da vitória, uma vez que não confiara Nele e se mostrara atemorizado. Sendo assim dessa forma, Deus entregaria Sísera nas mãos de uma mulher.

E ELE, o próprio Deus, sim, ELE mesmo venceria esta guerra.

E, assim como está escrito, as estrelas (anjos de Deus) lutaram desde os céus contra Sísera, o rei cananeu. A torrente de Quisom, em uma enchente, os arrastou em grande confusão, pois cavalos e carros ficaram atolados, e, portanto, os carros de guerra e os cavalos do exército de Sísera de nada lhes serviram. Por intervenção divina a batalha travada no vale de Megido (Armagedom) foi vencida. (Juízes 4:23 e 5: 19 – 22)

E isso realmente aconteceu. Deus, cumprindo a Sua Palavra, entregou o comandante chefe cananeu, Sísera, que fugiu da batalha quando a viu perdida, nas mãos de uma mulher de forte fé chamada Jael.

Deus vence a guerra contra a Assíria no Armagedom (Vale de Megido)

Outra guerra memorável da história de Israel vencida exclusivamente por Deus, aconteceu quando o rei da Assíria, chamado Senaqueribe, veio contra Jerusalém.

Senaqueribe já havia tomado vários países e várias cidades ao redor de Jerusalém.

A história secular classifica os soldados assírios como os mais cruéis do passado. De acordo com a história, eles eram, de longe, os mais ferozes, brutais, violentos e sanguinolentos homens de toda a região próxima à Palestina.

Naquela época, Senaqueribe já havia atacado e conquistado todas as cidades de Judá e enviou força militar com ordem para que o rei Ezequias, que estava aquartelado em Jerusalém, se entregasse.

Senaqueribe enviou seu mensageiro e chefe de tropa de nome Rabsaqué, que num ataque verbal direto, no próprio idioma judaico, diante de todo o povo de Israel, desdenhou, menosprezou e desafiou ao Deus de Israel.

As autoridades israelitas pediram a Rabsaqué que falasse no idioma  sírio e não no idioma hebraico, para não envergonhar e ofender o Deus de Israel e a fé do povo de Israel.

Disse o enviado de Senaqueribe:

“Quando foi que os deuses de todos esses países livraram a sua terra da mão do nosso rei?”

“O que os faz pensar que Jeová Deus pode salvar Jerusalém do poder do nosso rei?”

“Quem é Jeová?” (Isaías 36: 20).

E o povo de Israel nada respondia, pois o rei Ezequias os mandara ficar calados.

Após a vergonha pública a que ficaram expostas todas as pessoas de Israel tendo a sua fé e o seu Deus insultados, as autoridades israelitas que haviam interpelado o mensageiro de Senaqueribe, Rabsaqué, rasgaram suas vestes e jogaram terra sobre si e entraram ao rei Ezequias relatando todas as ofensas feitas diretamente ao Deus de Israel.

E o rei, então, também rasgou as suas próprias vestes, jogou terra sobre si e entrou no templo para orar, e chamou o profeta Isaías.

O próprio Deus respondeu por meio de Seu profeta que o rei da Assíria não entraria em Jerusalém.

“Disse Jeová Deus:”

“Ele não entrará nesta cidade e nem atirará uma só flecha contra ela.”

“Nenhum soldado com escudo chegará perto da cidade, e nem um sítio, ou rampas de ataque serão levantados contra ela.”

“O rei da Assíria voltará pelo mesmo caminho por onde veio e não entrará nesta cidade. Eu certamente a defenderei e a protegerei por causa da minha honra e por causa da promessa que fiz ao meu servo Davi. Eu, Jeová, falei.”

“E o anjo do Jeová Deus saiu e golpeou cento e oitenta e cinco mil no acampamento dos assírios.”

“Pela manhã, os que sobraram viram os corpos dos mortos.”

“Aí Senaqueribe, o rei da Assíria se retirou e voltou para Nínive.”

E ali morreu diante dos seus deuses e pelas mãos dos próprios filhos. (Isaías capítulo 36 e capítulo 37: 33 – 37)

Portanto, podemos aprender pela história de Israel, que o Monte Megido representa o domínio, a soberania do próprio Deus. Ali Ele venceu as guerras que envolviam Seu Nome e Seu povo.

O Monte Megido representava no passado a Soberania e o Domínio do próprio Deus de Israel sobre tudo mais abaixo.

E aprendemos também que, abaixo desse monte dominante e soberano, no grande vale, chamado Vale do Jesreel, ou Vale de Josafá,  muitas guerras foram travadas homem a homem, corpo a corpo, em nome de Deus.

Mas o mais importante é que,  de acordo com tantos relatos bíblicos e históricos, muitas dessas guerras foram vencidas pelo próprio Deus em favor do Seu povo.

O vale abaixo do monte Megido é também chamado de Vale das Decisões, em virtude das inúmeras guerras decisivas que foram travadas e que estava envolvida a fé do povo de Deus.

Em muitas outras passagens podemos ver que a batalha contra as forças externas não são nossas, mas de Deus, conforme o relato sobre Jeosafá, quando vários reis se juntaram a um contra Israel. (moabitas, amonitas e edomitas).

Deus disse por meio do Seu profeta Jaaziel:

“Prestem atenção, povo de Judá e moradores de Jerusalém”. “Escutem o que diz o Senhor Deus Jeová: Não se assustem e nem tenham medo desse enorme exército, pois a batalha não é contra vocês, mas contra Mim. Quando os encontrarem, vocês não precisarão lutar, Fiquem parados ali e vocês verão a salvação do Senhor Deus Jeová.” (II Crônicas 20:15 e 17)

E Israel apenas cantou louvores a Deus, e enquanto cantavam, os amonitas e os moabitas se voltaram contra os edomitas e os destruíram.

Depois os amonitas lutaram contra os moabitas e se destruíram mutuamente.

E o exército de Judá quando chegou a um lugar alto no deserto, viu os corpos espalhados pelo chão. E apenas recolheu os despojos.

Portanto, por meio das histórias do passado, pudemos aprender que todas as batalhas contra o povo de Deus são um ataque direto ao próprio Deus. Muitas batalhas decisivas contra Deus e o Seu povo foram travadas ao redor do monte Megido. Muitas vezes vários reis se ajuntaram para combater Israel, mas o próprio Deus os venceu.

Hoje todos os reis da terra se fizeram um. Todos estão de pé contra o Governo de Deus por meio do Seu Ungido, Jesus.

Não é mais uma batalha localizada, mas é a Grande Guerra Justa de Deus. Abrange todos os governantes dessa escuridão e toda a humanidade. Envolve o mundo inteiro.

Mas, não importa quantos reis existam hoje, não importa quantos sejam os governantes dessa escuridão, que eles se ajuntem, pois com absoluta certeza o Deus de Israel os vencerá, por meio de Seu Cristo, Jesus.

“Esta Guerra é de Deus e a vitória é certa!”

Essa é uma pequena parte da história que envolve a palavra Armagedom.